terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A riqueza verdadeira



Um dia um homem que acreditava na vida após a morte, e que valorizava o ser mais do que o ter, hospedou-se na casa de um materialista convicto, em bela mansão de uma cidade européia.

Depois da ceia, o anfitrião convidou o hospede para visitar sua galeria de artes e começou a enaltecer os bens materiais que possuía, de maneira soberba. Falou que o homem vale pelo que possui, pelo patrimônio que consegue acumular durante sua vida na terra. Exibiu escrituras de propriedades as mais variadas jóias, títulos, valores diversos.

Depois de ouvir e observar tudo calmamente, o hospede falou da sua convicção de que os bens da terra não nos pertencem de fato, e que mais cedo ou mais tarde teremos que deixá-los. Argumentou que os verdadeiros valores são as conquistas intelectuais e morais e não as posses terrenas, sempre passageiras.

No entanto, o materialista falou com arrogância que era o verdadeiro dono de tudo aquilo e que não havia ninguém no mundo capaz de provar que todos aqueles bens não lhe pertenciam. Diante de tanta teimosia, o hospede propôs-lhe um acordo:

- Já que é assim, voltaremos a falar do assunto daqui a cinqüenta anos, está bem?

- Ora, disse o dono da casa.

- Daqui a cinqüenta anos nós já estaremos mortos, pois ambos já temos mais de sessenta e cinco anos de idade!

O hospede respondeu prontamente:

- É por isso mesmo que poderemos discutir o assunto com mais segurança, pois só então você entenderá que tudo isso passou pelas suas mãos, mas, na verdade, nada disso lhe pertence de fato. Chegará um dia em que você terá que deixar todas as posses materiais e partir, levando consigo somente suas verdadeiras conquistas, que são as virtudes do espírito imortal. E só então você poderá avaliar se é verdadeiramente rico ou não.

O homem materialista ficou contemplando as obras de arte ostentadas nas paredes de sua galeria, e uma sombra de dúvida pairou sobre seu olhar, antes tão seguro. E uma voz silenciosa, íntima, lhe perguntava:

- Que diferença fará daqui a cem anos, se você morou em uma mansão ou num casebre?

Se comprou roupas em lojas sofisticadas ou num bazar beneficente?

Se bebem em taças de cristal ou numa concha de barro? Se comeu em pratos finos ou numa simples marmita?

Se pisou em tapetes caros ou sobre o chão batido?

Se teve grande reserva financeira ou viveu com um salário mínimo?

Que diferença isso fará daqui a cem anos? Absolutamente nenhuma!

No entanto, o que você fizer do seu tempo na terra, fará muita diferença em sua vida, não só daqui a cem anos, mas por toda eternidade.

Autor Desconhecido

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